INÉDITO
O que te falam as transcrições românticas e o que te diz essa tal voz da modernidade?
Que não há sinceridade e nem reto juízo perante a dor do prejuízo;
Que fins esmagam meios se for preciso, para aplaudir a masculinidade;
Que desde tenros até elevada idade, homens não passam de depósitos morais vazios!
Não vou chamar de inverdade esse roteiro que se avista largamente;
Mas me proponho a combatê-lo ousadamente, cá pelos campos de minha consciência;
Não faço apologia à irreverência, nem peço bênção indiscriminadamente;
Sou um selecionador de sementes e não consinto que o mal fruto me vença!
Por isso é que eu faço opção pela distinção e pelo ineditismo;
Não finjo sentimentalismo, nem brinco com os sonhos solitários;
Gosto de castelos não imaginários, não pago lágrimas com leviano sorriso;
Nunca invado sem prévio aviso e mesmo meu exclusivismo costuma ser solidário!
Eu sou um jogo que explica suas regras, sou tempestade que o vento anuncia;
Sou aquela mão macia, fazendo parceria com o gesto de carinho;
Pássaro que troca o ar pelo ninho, homem que erra sem hipocrisia;
Derradeiro violino de esquecida sinfonia, andorinha que faz verão sozinho!