INÉDITO

O que te falam as transcrições românticas e o que te diz essa tal voz da modernidade?

Que não há sinceridade e nem reto juízo perante a dor do prejuízo;

Que fins esmagam meios se for preciso, para aplaudir a masculinidade;

Que desde tenros até elevada idade, homens não passam de depósitos morais vazios!

Não vou chamar de inverdade esse roteiro que se avista largamente;

Mas me proponho a combatê-lo ousadamente, cá pelos campos de minha consciência;

Não faço apologia à irreverência, nem peço bênção indiscriminadamente;

Sou um selecionador de sementes e não consinto que o mal fruto me vença!

Por isso é que eu faço opção pela distinção e pelo ineditismo;

Não finjo sentimentalismo, nem brinco com os sonhos solitários;

Gosto de castelos não imaginários, não pago lágrimas com leviano sorriso;

Nunca invado sem prévio aviso e mesmo meu exclusivismo costuma ser solidário!

Eu sou um jogo que explica suas regras, sou tempestade que o vento anuncia;

Sou aquela mão macia, fazendo parceria com o gesto de carinho;

Pássaro que troca o ar pelo ninho, homem que erra sem hipocrisia;

Derradeiro violino de esquecida sinfonia, andorinha que faz verão sozinho!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/01/2009
Código do texto: T1365742
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