ILUMINADA IMPERFEIÇÃO

Seguimos nós pelas praças mal pavimentadas desses rios sonhadores;

Detentores dos decretos mal vividos, guiados pelas rampas e declives;

Lançando rojões ou na carona das crises, metade ímpeto e outra temores;

Assimilando nossa casa dos horrores, aprendendo com os deslizes!

Sendo no mínimo dois de nós mesmos, falando aquém de nosso além;

Ora pecando e outras vezes dizendo amém, aprendendo muito com o pouco que somos;

Pagando as dívidas de tudo que somamos, expulsando mágoas do íntimo armazém;

Fazendo jus moral a cada vintém, comparando ideais gigantes aos merecimentos gnomos!

Prossegue a peregrinação do semear de tudo que arrancamos;

Os frágeis relatórios de antigos planos, os débitos com a consciência;

Tentando amadurecer a alma em adolescência, pagando o preço pelo que amamos;

Nem sempre honramos e nem sempre acertamos, mas sempre à sombra da paciência!

E a bem de nós mesmos, sejamos assim: um conjunto imperfeito;

Pois o ar rarefeito ajuda os pulmões a entender o valor que há na vida;

Somos uma partícula que o universo contempla sem privilégio ou preconceito;

E assim desse jeito, entendemos que a humildade é a mais sábia saída!

"Todos os máximos seres são sinceramente mínimos ao próprio olhar"

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 30/12/2008
Código do texto: T1360303
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