ILUMINADA IMPERFEIÇÃO
Seguimos nós pelas praças mal pavimentadas desses rios sonhadores;
Detentores dos decretos mal vividos, guiados pelas rampas e declives;
Lançando rojões ou na carona das crises, metade ímpeto e outra temores;
Assimilando nossa casa dos horrores, aprendendo com os deslizes!
Sendo no mínimo dois de nós mesmos, falando aquém de nosso além;
Ora pecando e outras vezes dizendo amém, aprendendo muito com o pouco que somos;
Pagando as dívidas de tudo que somamos, expulsando mágoas do íntimo armazém;
Fazendo jus moral a cada vintém, comparando ideais gigantes aos merecimentos gnomos!
Prossegue a peregrinação do semear de tudo que arrancamos;
Os frágeis relatórios de antigos planos, os débitos com a consciência;
Tentando amadurecer a alma em adolescência, pagando o preço pelo que amamos;
Nem sempre honramos e nem sempre acertamos, mas sempre à sombra da paciência!
E a bem de nós mesmos, sejamos assim: um conjunto imperfeito;
Pois o ar rarefeito ajuda os pulmões a entender o valor que há na vida;
Somos uma partícula que o universo contempla sem privilégio ou preconceito;
E assim desse jeito, entendemos que a humildade é a mais sábia saída!
"Todos os máximos seres são sinceramente mínimos ao próprio olhar"