INDÚSTRIA DE EXPRESSÕES
INDÚSTRIA DE EXPRESSÕES
Juliana S. Valis
Sim, a vida poderia ser bem mais simpática,
Subtraindo as dores e multiplicando as alegrias,
Mas a alma, em si, é tão leiga em matemática
Que, por vezes, não conta as ilusões vazias !
E quando nos vêm boas idéias, por que não escrevê-las ?
Se alguém fizer pilhérias ou pouco caso de seus pensamentos,
Mande esse alguém fazer melhor, ou contar estrelas,
Pois escrever é uma dádiva, um desabafo dos seus sentimentos !
Nossa mente é uma indústria de idéias tão humanas,
Idéias que vão e vêm, continuamente, no passar dos anos,
Além de tantos fatos, perdas, de emoções insanas,
É preciso ler os corações e evitar os desenganos...
E quando assim me vem uma necessidade de escrever,
De dizer que a verdade tem múltiplas faces,
Sinto que o mundo nos ignora, assim mesmo, e você
Tem algo a dizer sobre injustos e antigos impasses ?
Prazer, sou nada e casarei com tudo, quando o tempo levar
Tantas injustiças e mágoas, sem rancor e sem véu;
Serei a tinta indelével escrevendo a expressão que restar,
Além do mar, do tempo, e muito além desse céu !
Pois minha missão é escrever sobre a alma e o mundo,
Sobre os sentimentos que oscilam na incerteza do amor,
E sobre a paz tão humana, sobre um sonho profundo,
Nas letras tão imortais, se tiverem lá seu valor...
Entre o riso e a lágrima, entre a paz e a guerra,
Enfim, cuide dos atos e dos sentimentos seus,
Pois há muito poder, fama e riqueza na Terra,
Mas não há celebridade alguma perante Deus.