VIDA FRÁGIL

O corpo seminu, deitado,
Sobre a cama de cirurgia,
À mercê de profissionais mascarados,
O estranho efeito da anestesia.

O olhar resistente, distante, percebia,
O joelho manipulado,
O sangue sutil que escorria...
Mesmo com todo cuidado;
O medo era companhia.

E todo orgulho acumulado,
No atropelo dos dias,
Não trouxe nenhum resultado,
Na etérea hora sombria.

A vida frágil – o ser limitado,
Na ilimitada via...
O corpo repousa consolado,
A alma tece filosofia...

Sonho que sou um ciclista alado,
Calado – agora, rascunho poesia.