Casa da história

Quando entro nesta casa
É uma casa pequenina
Que reprime as idéias
De uma história de que mina
O calvário da esperança
Que as vezes contamina

Quando saio lá de dentro
Entro sempre em contacto
Com o mínimo que eu sou
Com as rugas já cansadas
De um tempo que mandou
Que eu esqueço os mal tratos

Quando ando pela rua
Fico sempre assustado
As pedras que são suas
E um mundo abusado
De uma festa de menina
Que anda pra todos os lados

Quando volta para mim
Sou o mesmo inconsciente
De gorjeta e de vida
De um verso incoerente
Onde o sol que me esquenta
Nasce sempre no poente

Quando entro em uma rima
Desanimo a maldade
Busco sempre o contado
De uma deslealdade
Do sol que me maltrata
Me expulsando da cidade

Quando saio de uma história
De contato de uma vida
Sou a casa pequenina
Que anda lá por querida
E o monstro instalado
Na palavra preferida
luiz machado
Enviado por luiz machado em 18/12/2008
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