Maldição....

Malditos sejam os poetas, porque vivem nas ilusões,

Que deflagram seus princípios, em falsas emoções.

Eles perecem na realidade que sua loucura atingiu,

E não entendem porque, que a felicidade os baniu.

Malditas sejam as palavras que sua poesia induz,

E malditos os sentimentos que sua lira reproduz.

O poeta é um insano e sua sina é falha e indolente.

Malditos, sejam os planos que permeiam sua mente

Ele fere quem mais ama como se não houvesse amor

E a si mesmo profana lhe causando imensa dor.

Recruta os sonhos alheios e neles faz sua morada

Mas esquece do seu esteio e da mão que lhe foi dada.

Padece em sua própria sorte, lacrimejando seus ais

E pensa que seu problema é somente amar demais.

Mas o que dizer daquele que a insensatez faz sofrer,

Na angustiante espera de um perdão ele vai morrer.

Vai ranger os dentes e bradar, aos céus por um alento

E sozinho, vai fulminar o peito, em fugaz sentimento

Não alcançará a glória, o pobre, nem que glória obtenha

E almejará o anonimato que sua obra vil, desdenha...

Renunciará ao seu dom, tendo isto como única saída

E lamentará o seu destino, dando cabo a própria vida...

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 10/12/2008
Reeditado em 09/02/2010
Código do texto: T1328770
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