Turbilhão de Pensamentos
Os sentimentos nascem sem se saber porquê
Afloram à superficie do nosso Eu
Consomem os nossos sentidos, o nosso viver
Por vezes tornam-se imensos, gigantes
Tanto que até fazem doer
Iniciam-se nos olhares que se cruzam
Nas palavras que se trocam
Nos sorrisos que se partilham
Nos momentos e instantes que se dividem
Alguns desses sentimentos são correspondidos
E alimentam-se dessa reciprocidade
Outros tão solitários...tornam-se esquecidos
E o tempo apaga-os sem deixar rasto
Sobram apenas as marcas, as feridas latentes
E os sonhos que não se realizaram
No lugar da Amizade e do Amor
Fica a amargura e a revolta
Restam apenas sombras escuras na alma
Manchas densas de desilusão
Que abafam a nossa essência
Passamos a ser incapazes de dar
Ficamos passivos, apenas esperando receber
Parece que olvidamos que os sentimentos são partilha
E que as palavras podem ser cruéis
A Dúvida, a Incerteza, a Indiferença e a Ausência
Matam a plenitude dos sentimentos
Consomem lentamente o seu esplendor
E onde outrora existia o brilho e o fulgor
Passa a existir o mate a a profunda dor.