Desencadeação
De pensar eu vou vivendo
E a mente nunca se farta
Jorra constante...
Mirabolante...
Fonte do pensamento...
Mata-me o cigarro
Que acaba...
Mas o pensamento não
A urticária me consome
Coceira brava
Não sei se da inquietação...
Inquieta em comichão...
Não sei se dos pedaços de cadáver
Que me atrevi a ingerir...
Carne que foi morta...Coça...
O pensamento é vivo e coça também...
Desejo uma taça de vinho
Mas tomo remédio
Para que acalme a alergia
Ambos...Alegria...
O vinho acalma os pensamentos
O remédio cessa a ardência
O vinho não cessa a mente...
Superativamente...
Preciso de um quartinho...
Com dois a mente fica estática
Ainda empática...
Em um quarto sozinho...
Nele penso... Penso...
Os pensamentos não desatrelam
Mas não adianta...
Eu sinto!
Sinto a mente pensando...
Sinto o amor latejando...
Sinto o corpo desejando...
Sinto o cigarro matando...
Sinto a química alucinando...
E quando sinto eu penso...
Penso no amor que está distante...
Penso no corpo que implora um gozo...
Penso no cigarro matando meu ar...
Penso na química fazendo efeito...
Sinto o amor de tantos
E penso em querer apenas um...
Sinto o desejo queimando
E penso nas possibilidades da cama...
Sinto a morte rondando
E penso na desculpa que ela precisa...
Sinto o organismo reagente
E penso nas drogas que fabrico...
Quanto mais sinto
Mais penso!
Quanto mais penso mais crio!
Sentir... Pensar... Cio!
São Paulo, 03 de Dezembro de 2008
Ps: e assim vamos seguindo pensando... E assim somos nós, não é Soso, filha minha?
Te amo, Soso! Feliz por sermos nós mesmas:inteiras e completas!