"SERENO DA MADRUGADA"
COPO NA MÃO, CORAÇÃO BATENDO ACELERADO, ESPERANDO A
CHEGADA DE QUEM PARTIU.
VIOLÃO DEDILHADO BUSCANDO A SAUDADE NA CANÇÃO QUE SE DESENHA.
MAIS UM COPO, MAIS UM SUSPIRO NA ESPERA QUE NÃO ACABA.
AUMENTA-SE O VOLUME DA PAIXÃO, DESPERTA NO PEITO O CANTAR
DOS POETAS, QUE MESMO BÊBADOS, ELEVAM O SENTIR NO APOGEU
DA VIDA.
NA MADRUGADA FRIA E BARULHENTA, NAS MESAS DOS BARES, COM O COPO NA MÃO, SE DESMANCHA EM LAGRIMAS E SORRISOS, SENDO FIEL E INFIEL, SENDO AMIGO E AMANTE DO SERENO QUE VEM ACOLHER
O POETA EMBEVECIDO.
NOITE SENTIDA, VIVIDA AMARGAMENTE NA ESCURIDÃO DO SER QUE PROCURA MAS NÃO ACHA, QUE PERGUNTA E NÃO ENCONTRA RESPOSTA.
MAIS QUE INSISTE EM CANTAR PRA LUA, ESPERANDO QUE ELA SORRIA PRA ELE COMO UM DESEJO DERRADEIRO DAQUELE QUE SÓ QUIS AMAR.
E NO FECHAR DAS PORTAS, NO CLAREAR DO DIA, DEIXA-SE O COPO, GUARDA-SE O VIOLÃO, CANTA-SE O ULTIMO REFRÃO E RECOLHE-SE, GUARDANDO NO PEITO A VONTADE LOUCA DE CONTINUAR A OLHAR A LUA, A BEBER A NOITE, SENDO APENAS MAIS UM NO SERENO DA MADRUGADA.