Necessidade
Necessidade de sentir,
De suar, de sorrir.
De ser inconseqüente, de ser delinqüente,
De ser feliz com meu nariz.
Necessidade de amar,
De chorar, de cansar,
Depois olhar e abraçar.
No enlace da noite, no enlace da alma,
Da vida e da morte, da salvação e da perdição.
Entre o amor e ódio,
O pior é viver na utopia de um dia sem dia,
De uma noite sem rima, de um infinito sem estrela.
De um frio sem abraço, de um sol sem mormaço,
De um vento sem pipa, de uma vida sem vida,
De um olhar sem amor.
O mar é melancólico,
O sentir bucólico,
O álcool... o vício...
Tudo propício,
Ao mausoléu mórbido que faz do nós um risco.
Risco de vida? Risco de morte.
Da morte eterna, efêmera ?
Mera caniça selvagem a nos absorver.
Mas a luta não pára,
Nunca pára,
Parar pra quê ?
Pra sentir a vida, que a vida,
Não vale a pena, pois a alma é pequena ?
A rima é fraca, a mente ataca.
O espírito padece,
Enquanto anoitece na aurora da vida.
(07.07.2002)