Devaneios

Devaneios.

Sonhos se realizaram,

nada é como antes.

A vida tem outro sentido,

o foco mudou.

Sinto como se desperta, o dia raiasse.

a batalha que até então não visualizava,

se cerrou diante de meus olhos úmidos.

A esperança desvaneceu-se,

e novamente brotou para que haja vida ao raiar do dia.

Agora, sinto que vivo

sobre uma bomba relógio.

O despertar se faz a cada dia.

Do efêmero passado,

só restam imagens de emoções,

sentimentos despertos em lágrimas,

E vida.

O desprezo machucou

mas certamente me fez crescer, e foi-se.

O perfume das flores continua na lembrança

mesmo após a seiva haver se perdido no vazio e na escuridão.

Ainda sinto-te respirar...

e isso me incomoda.

Sua dureza, seu vazio,

seu medo de viver.

Suas frustrações, seus pesadelos,

seu cheiro amargo.

Ainda ouço a canção.

Mas a morte ronda o mausoléu do amor.

(26.03.2002)

Sheila Campos
Enviado por Sheila Campos em 29/03/2006
Reeditado em 31/03/2006
Código do texto: T130793