FEBRE VAMPÍRICA
Gostaria de que todos soubessem que a centelha de um novo ardil
Já há algum tempo fora acesa:
Ela progride paulatina e carcome as bases da fátua inexpugnável
Fortaleza.
De início, ela cavalga sobre o lombo das palavras;
Em seguida, lança um ferino redemoinho de amostras
E depois infunde sobre os indômitos guerreiros
O magma da vergonhosa reverência, da incicatrizável escravidão!
Auferido o seu fito,
Ela não pára, não se sente saciada:
Na verdade, a sede da conquista
A laça, a doma, a faz cativa da sua contínua lascívia.
Entretanto um dia ela falhará:
E quando essa falha ocorrer,
Uma fissura descerrará sob si,
Fazendo-a verter num precipício
Em que se tenha somente uma perspectiva:
A perspectiva do infinito vazio.
Sim, este é o condigno destino
De quem tem a ambição por desígnio.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA