FEBRE VAMPÍRICA

Gostaria de que todos soubessem que a centelha de um novo ardil

Já há algum tempo fora acesa:

Ela progride paulatina e carcome as bases da fátua inexpugnável

Fortaleza.

De início, ela cavalga sobre o lombo das palavras;

Em seguida, lança um ferino redemoinho de amostras

E depois infunde sobre os indômitos guerreiros

O magma da vergonhosa reverência, da incicatrizável escravidão!

Auferido o seu fito,

Ela não pára, não se sente saciada:

Na verdade, a sede da conquista

A laça, a doma, a faz cativa da sua contínua lascívia.

Entretanto um dia ela falhará:

E quando essa falha ocorrer,

Uma fissura descerrará sob si,

Fazendo-a verter num precipício

Em que se tenha somente uma perspectiva:

A perspectiva do infinito vazio.

Sim, este é o condigno destino

De quem tem a ambição por desígnio.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 28/11/2008
Código do texto: T1307622
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