Tua mão...
Em tantos prantos te chorei,
Em mágoas retorceu meu coração
Acelerado por dores, rancores e obsessões.
Desci todos os degraus para o sótão do meu ser,
E de onde estou ainda posso ver sua porta de entrada.
Levaste-me ao fim de mim ou ao começo, não sei,
Apenas vi-me na mais frágil de minhas circunstâncias,
No poço obscuro do meu eu mais cristalino.
Subo de volta em direção ao clarão que guia
Como um imã colocado em nós por Deus
Para quando estivéssemos muito longe de nós mesmos.
A cada degrau vejo minha vida passar por mim,
Meus erros irreparáveis, meus acertos tão raros
Mas que vieram nos momentos mais necessários.
Perdi a noção de mim por ti.
Fui me agarrando a você como naufraga.
A cada passo dessa subida em direção a luz,
Não sei se o que me alimenta é a dor
Ou se por ventura a esperança.
Apenas sei que em meu mais profundo sentir,
Meu coração sonha encontrar
Tua mão a esperar-me lá fora.