PERSEGUIÇÃO INSONE

PERSEGUIÇÃO INSONE

Por Juliana S. Valis

Quando a insônia me persegue,

Meu sonho cai entre as estrelas;

E a mente, assim, torna-me entregue

Às idéias que tenho, antes de escrevê-las,

Antes mesmo que a arte negue

O descompasso célere das emoções, ao vê-las !

Então o tempo não passa mais aqui ?

Ele apenas ri de nós, frágeis mortais,

Afirmando que nada pode substituir

A prece incólume da sublime paz,

Como se a angústia não estivesse ali,

Ali no ápice da incerteza que essa vida traz !

E, assim mesmo, a insônia não se muda,

Ela mora, aqui, nas noites invisíveis,

Invadindo os dias na aurora surda,

Entre as nuvens frias das idéias tão falíveis...

Enquanto isso, o coração dispara

Tiros incertos de uma emoção sem mira;

Mas a insônia não morre, ela se declara

Ao mundo injusto que, sem calma, gira.

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