Do Ofício de Escrever II
escrevo por míseras migalhas
do pó universal
sal da vida
em grãos desfeitos
ao sabor
de um vento imponderável
cálido
pleno de paixão negra-azulada
nômade e ancestral.
escrevo em busca
de cada imagem sonora
sinestésica
háptil
de actos
que transbordantes
de absintho
desmaiam mímeses
de fulgurações ou gestuais
rituais de Kundalini
despertos em sua
mística subida
à vida pulsante
escorregadia e fugidia
odores de verbena
a sussurrar-me
um perfume de
7 véus.