Considerações [depende do olhar...]
Nunca se ouviu falar de algo assim
Pelo menos, nunca disseram a mim
Sempre disseram daquilo que mais tinha nojo
Que a rima deve ser feliz
Que os versos devem ter sentido
Mas, vá!
O que há é mera abstração do estabelecido
Do hábito de ver tudo perdido
Tentar dar sentido
Sem superá-lo...
Tudo ultrapassado!
Versos degradados
Falam de amor
De descasos
De morte ambulante pelas ruas
Numa Imaginação limitada
Nunca!
Dizem nada...
Falam mal
Mas nunca se movem
Dizem de tudo
Do túmulo
Do tumulto
Dos vultos que aparecem nas frestas
Nas Festas de poesias vazias
Tentam dar sentido ao estabelecido
Criam...
Palavras vorazes
Dizeres famintos
Versos falidos
Pálidos
Mendigos...
Esquisito o que dizem
Do nada
Folhas em branco
Cabeças embrulhadas
Enroladas em seus próprios prantos
Imediatos
Tentados
Versos fúteis da habilidade
Saem como discurso vago
Competentes
Jogam palavras
Jorram baladas
Das entranhas feridas do ego
Do eco carente de repetição...
Mas, vá!
Dos versos só saem refrão
Por se perder na rima
O mais decadente em sua própria decadência
Por cima na neblina que encobre...
Estimo muito aqueles que nada me dizem
Que contradizem o que digo
Mesmo, sem sentido
Rimo!
Verso como se fosse o último
O derradeiro verso do Homem
Versos de considerações que se perdem
Nunca, abstraiu,
Vejo vultos que versam morte em papel
Mas...
Os murros se interpelam
As cenas se atropelam
O papel já é outro e o personagem,
Morto
Morto!
Como morte morrida na ladeira
De rimas frágeis e corriqueiras...
Verso como se fosse o último
Mas, como dizem
O papel já é outro e o personagem...
...