Reticências

Já revirei os móveis,

A cidade inteira já explodiu em estrofes

A luz já acendeu e todos os circuitos funcionam

Mas os barcos continuam seus nados confusos

Em direção ao silêncio mais verdadeiro

Ou ao nada mais honesto e à cruz mais religiosa

Enquanto a música aparece como a noite

Uma espécie de treva, uma espécie de deus

Capáz de tocar todas as coisas

E as cores já empretecidas

São toda a lucidês que resta, que sobra

De todo mínimo movimento

Do serpentio de qualquer rio

De todo sonho

E da margem de toda paisagem. Que volta a ser cidade,

Que volta a ser qualquer coisa.

pauloa
Enviado por pauloa em 20/11/2008
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