CASA AMARELA
Casa amarela
LÚCIO MÁRIO
O poeta tornou outras palavras mais belas
em algum predicado de verbo-nominal
ao abrir a janela nessa madrugada...
as casas espiavam tudo assustadas
com o silêncio camelense frio e animal...
Escutava os cães latirem na rua
com os fantasmas de insônias do luar...
E os paralelepípedos refletiam
as fotografias doutras noites sombrias
ao tempo a quem aprecia a boa poesia:
voltou à cama lá ficou a olhar o teto
e se cobriu aos versos do soneto objeto,
o qual adormece e não vê o amanhecer
do belo dia na rua P, casa amarela!