CASA AMARELA

Casa amarela

LÚCIO MÁRIO

O poeta tornou outras palavras mais belas

em algum predicado de verbo-nominal

ao abrir a janela nessa madrugada...

as casas espiavam tudo assustadas

com o silêncio camelense frio e animal...

Escutava os cães latirem na rua

com os fantasmas de insônias do luar...

E os paralelepípedos refletiam

as fotografias doutras noites sombrias

ao tempo a quem aprecia a boa poesia:

voltou à cama lá ficou a olhar o teto

e se cobriu aos versos do soneto objeto,

o qual adormece e não vê o amanhecer

do belo dia na rua P, casa amarela!

Lúcio Mário
Enviado por Lúcio Mário em 19/11/2008
Reeditado em 04/12/2008
Código do texto: T1291845