Um dia sem expiração

Um dia sem expiração

As teclas do computador tentavam se comunicar comigo, mas eu estava ali, imóvel. O sangue corria nas veias, mas meu coração havia parado de bater. Queria fazer alguma coisa por mim, mas não sabia bem o que?

Fiquei horas olhando para a tela do computador, abri um novo documento e nem a página em branco me estimulou a unir as sílabas. E eu que gostava tanto de escrever, de desabafar minhas magoas em poemas e contos não conseguia falar, digitar e nem sair da frente da tela.

De repente as pálpebras ficaram pesadas, o corpo pediu a cama e acabei me levantando para dormir com minha solidão, abraçada à minha boneca de espuma que reclamava meu peso.

Enquanto tentava me concentrar no meu cansaço percebi uma lágrima cair dos meus olhos, mas eu não queria chorar. Estava me sentindo seca, sem nenhum sentimento. Não sentia ódio, amor ou desprezo, senti apenas que estava morta. Mas tudo acabou bem, eu consegui dormir.

SHIRLEY CASTILHO
Enviado por SHIRLEY CASTILHO em 25/03/2006
Código do texto: T128562