QUANDO OS SONHOS DESENHAM

QUANDO OS SONHOS DESENHAM

Juliana S. Valis

Quando os sonhos desenham sós

Amores como vértices de nossa alma,

Tantas cores naufragam aqui, em nós,

Humanos ventos que vão sem calma

Rumo ao coração que já voar veloz...

E nesse mar de letras, eis a própria vida,

Já tão rendida aos labirintos - versos,

Que toda emoção se torna arrefecida

Na ilusão, nos sentimentos mais dispersos

Nos enigmas existenciais de toda lida...

Ah, por que fazer do sol uma espiral de dias ?

Bem ou mal, o tempo nos olha face a face,

E todo impasse que se esvai nas vias

Do sonho rende-se ao maior disfarce

E ao menor cometa nessas noites frias...

Cada ser humano, portanto, é um planeta,

Girando em torno do inconstante sol da vida,

E cada estrela da mente se torna uma luneta,

Vendo a própria alma procurar saída.