Estações do cotidiano
O dia lança seus cordéis
Nos ombros de aço desdenhados pela brisa
E as folhas carmesins deitam-se relaxadas no vácuo
Desapegadas da gravidade que lhe é indiferente
Entre passos sem rumo aprumo meus anseios
Vagos olhares observo
Perscrutam o nada que relutam transparecer
Cedo para isso assim fosse seria já entardecer
Odisséia cotidiana espreme tubos da imaginação
Até os últimos sentimentos como se linimento fora
A exorcizar a falta da razão que no bolso descansa
Como trocado poupado no cofre chamado coração
No comboio das nuvens cadencio meu olhar
Acompanho a dissolução do tempo
no vento de me observar na transformação das formas
Ora a vida é reconhecível, ora é perecível...ora...ora