03/11/2008

Não é que eu procure com o que me machucar

As facas eu deixo sempre nas gavetas

Mas mesmo que fechadas elas estejam

Eu sei o quão afiadas e cortantes são as facas

E que minha carne é vulnerável

Eu não me sangro premeditadamente

Só estou sempre atento

Sempre de ferida aberta

E de sangue quente

Com a dor a flor da pele

Pronta para ser iniciada

Aprendi a manter um olho aberto

Dando a falsa segurança para o outro

Pois o soldado está sempre com a lança em punho

Para abrir-me a costela

Mas jorrará sangue

Apenas sangue

Em mim não há vinagre

Em mim há sangue

Pois eu fervo em vida.

Luiz Barros
Enviado por Luiz Barros em 04/11/2008
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