03/11/2008
Não é que eu procure com o que me machucar
As facas eu deixo sempre nas gavetas
Mas mesmo que fechadas elas estejam
Eu sei o quão afiadas e cortantes são as facas
E que minha carne é vulnerável
Eu não me sangro premeditadamente
Só estou sempre atento
Sempre de ferida aberta
E de sangue quente
Com a dor a flor da pele
Pronta para ser iniciada
Aprendi a manter um olho aberto
Dando a falsa segurança para o outro
Pois o soldado está sempre com a lança em punho
Para abrir-me a costela
Mas jorrará sangue
Apenas sangue
Em mim não há vinagre
Em mim há sangue
Pois eu fervo em vida.