Sou louca?
Tenho em mim que o siso é loucura
Entre quatro paredes sem saída…
É a forma escusa, secreta e dura
Da alma que se acobarda à vida…
Destempero, demência, desatino
Têm-me em cada esquina revirada
Meia-volta de vida, feição destino
Uma praça larga, e amotinada…
Prudência me diz da amortalhada
Inútil sisudez aquém de muros
Que os sons todos têm cor de nada
E as palavras todas tons escuros…