Cotidianas Vidas
Dores no ventre
Dores na cabeça
Será que há poesia em dores?
Dores rima com amores
Mas não apetece
A alma de quem sente...
Eu não queria me inspirar em dores...
Senhores! Valham-me com a santa inspiração!
Das grandes histórias
Das grandes vitórias
Ou grandes tragédias...
Parece que não pode haver poesia
Na cotidiana lida...
Até pode parecer!
Mas há. Porque a maioria das vidas
Encontram-se na malha de redes média
Num sentir e viver cotidiano
E lá no fundo todo o ser humano
É um grande mistério
Uma grande incógnita
Que passa despercebido e anônimo...
Mas... Lá no lugar onde ninguém alcança,
Amores eclodem
Implodem esperanças
De cores fortes se colorem
As cotidianas vidas!
Marias ou Josés olhai!
Para além desse olhar soturno
Desse rosto tão comum
Há alguém que pulsa e vive
Tão inesperada saga
Drama tão eloqüente
Que não caberia em livro nenhum...
Só fica inscrito no livro da vida
Da cotidiana lida
A consciência coletiva
Ou o coletivo inconsciente:
Que é a vida da gente!
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