O CICLO
Um dia entramos no mundo como fruto de um declarado amor ou em resposta à inconsequência;
Passando da inocente infância à irreverente adolescência, do mundo imaginário ao indegustável realismo;
E quando pensamos ter crescido, indesejamos ser iguais a nossos pais e a sua dependência;
Transitando pela imprudência, perdendo a pureza do idealismo!
Crescidos e maduros, nos tornamos figuras egoístas;
Diante de nossas vistas só permitimos o horizonte que nos compraz;
Compramos guerras e vendemos paz, olhares dúbios e almas mistas;
Querendo ser artistas num palco narcisista, que jamais nos satisfaz!
Até que a vida, finalmente, dá meia-volta nas curvas do tempo;
E vem assim um pensamento que se apresenta frustrador;
A árvore que se deve plantar a gente arrancou, o livro a ser escrito jamais lemos;
Não ganhamos e nem vencemos, pois nosso sonho nunca lutou;
A tradição condenada não mudou, e como nossos pais, nada fizemos!