O CICLO

Um dia entramos no mundo como fruto de um declarado amor ou em resposta à inconsequência;

Passando da inocente infância à irreverente adolescência, do mundo imaginário ao indegustável realismo;

E quando pensamos ter crescido, indesejamos ser iguais a nossos pais e a sua dependência;

Transitando pela imprudência, perdendo a pureza do idealismo!

Crescidos e maduros, nos tornamos figuras egoístas;

Diante de nossas vistas só permitimos o horizonte que nos compraz;

Compramos guerras e vendemos paz, olhares dúbios e almas mistas;

Querendo ser artistas num palco narcisista, que jamais nos satisfaz!

Até que a vida, finalmente, dá meia-volta nas curvas do tempo;

E vem assim um pensamento que se apresenta frustrador;

A árvore que se deve plantar a gente arrancou, o livro a ser escrito jamais lemos;

Não ganhamos e nem vencemos, pois nosso sonho nunca lutou;

A tradição condenada não mudou, e como nossos pais, nada fizemos!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 30/10/2008
Código do texto: T1256559
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.