Poros

Gosto das palavras

Na verdadeira

Acepção da palavra

Sinto-me o próprio

Vulcão

Cuspindo larvas

Sinto-me corpo

Diante do gozo

Sinto-me a própria alma

Sinto-me poros

Perante da libido

E como é lindo

Poder acreditar nas palavras

As favas os descontentes

E os mentirosos de pernas curtas!

Bom mesmo

É poder curtir as palavras

É acreditar que através delas

Podemos conquistar o mundo

Podemos viver

Num conto de fadas

Podemos viver estórias encantadas

Podendo ser rei

Outrora vagabundo

Podendo ser realidade

Quando dantes fomos alma penada

As palavras são assim

Ora bolas

Ora Bora-Bora

Ora costa rica

Ora costa do Marfim

Ora peito aberto

Ora porta fechada

Ora no começo quando ainda é nada

Ora pertinho do fim

As palavras são mesmo assim

São como mulheres nuas

A mexer com os hormônios

São como a lua sorridente

Nessa abóbada celeste

A provocar o sonho

As palavras

Sim as próprias palavras!

Podem ser o próprio sonho

Desde que as engrenagens do querer

Resolvam se casar

Desde que acreditemos

Que possamos ser o conteúdo

Que possamos ser tudo

O que nossa mente é capaz de acreditar.

Acredite.

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 25/10/2008
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T1247429