E a vida passa...

 

Às vezes penso nas insignificâncias

que aumentam

à medida que a vida

faz o caminho de volta...

De que valeram os sorrisos

sempre calados pela dor,

Abraços que não se ajuntaram

aos anseios do amor

Caminhos sem direção,

barcos naufragados

nas águas da indecisão...

O que é realmente

essa caixinha de surpresa chamada vida?

Esse sonho que dificilmente acontece sem sofrer.

Minguados momentos de ternura

em meio a tantos desenganos...

Não haverão de me importunar as declarações,

que num misto de imposições inquisitórias

recheiam os diálogos  com nãos, com se e com mas...

A vida tem sido uma constante

levada pelos detalhes

que mudam a história

sufocando o sonho...

É apenas irreal

o ser que não marca presença

ofuscado pela ganância

que quer sempre mais...

E nesse cenário onde campeiam as paixões humanas

as insignificâncias tomam forma

e correm como loucas

pelos caminhos do destino.

 

E a vida passa...

                   Vinhedo, 14 de outubro de 2008.