Sinto o que Sinto

À suprema arte de viver em paz

SINTO O QUE SINTO

Mas para nada tenho pontaria

Sinto o que sinto

Faço o alvo em ti, porque em ti tudo é fancaria

Sinto o que sinto

A todo e a qualquer momento

Vivo ao máximo a vida, mas sem grande provento

Sinto o que sinto

Na verdade de todas as religiões

Mas afasto-me delas pois estou farto dos seus sermões

Sinto o que sinto

Em cada momento que passa

Construindo e destruindo tudo

Com toda a minha massa

Com todo o meu coração

Pois é o rufar dele

A minha suprema oração

Ao sabor da tempestade

Que aprendi a ser

O meu Mar da Tranquilidade

Na lua onde moro e onde tudo observo

O mundo gira lá em baixo

E recuso-me a ser dele servo

Apesar de amar

Parte bonita dos seus habitantes

Lamentando contudo

Que depois de privar com eles nada seja como dantes

Por isso me escondo, por isso escrevo sem parar

Registando o belo despertar

De cada aurora

De cada novo dia

Meus verdadeiros Deuses

Minha magnifica elegiada

Dos tempos que passam

Que nunca hão-de passar

Feliz por apenas existir e sentir

Pois esse é o maior dom

Que qualquer Deus me pode dar

Pois eu sempre disse a verdade

E se disser o contrário minto

A poesia apenas comprova tal

Pois

Sinto o que sinto!

Algures em Janeiro de 2006

Poema protegido pelos Direitos do Autor