AS DISTÂNCIAS DA UNIÃO

Quando todas as coisas coabitavam de uma mesma essência;

Nenhuma diferença existia entre o luar e o rei dos astros;

Mas a manhã deu seus primeiros passos e a noite marcou presença;

A separação assim formou-se em crença e dessa relação tornou-se lastro!

Quem disse que o brilho dos olhares seria algum dia apagado?

E aquele palco iluminado feneceria sob a custódia das cortinas?

E os apaixonados meninos e meninas cresceriam verão esfriado?

E todo aquele laço vaticinado redundaria em indiferente sina?

Por vezes sob a fogueira das saudades, certezas de um querer;

Aspirando ao que não podia ter, jurando eterno encantamento;

Até que os tetos do casamento mostrassem outro proceder;

E os erros que não podem se esconder abalassem as vigas do juramento!

E que se entenda a mais cruel separação sem o literal afastamento;

Já que a arte do relacionamento é o amor redescoberto;

Quando se fica longe mesmo estando perto, vira ator o sentimento;

Pois o maior dos sofrimentos é sentir algo de rumo incerto!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/10/2008
Reeditado em 10/10/2008
Código do texto: T1219768
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