Metapoema Urbano

Eu escrevo para a sabedoria

de todos aparelhos eletrônicos

mas também escrevo para os pássaros

Para os caças, para os caçadores

para os super sônicos

Para os surdos, para os para-atletas

Para as carroças, para as carrocinhas

para os paralamas

e para as infinitas bicicletas

Eu escrevo para os todos os cachorros

e todos os seres irracionais deste universo

Mas também escrevo para as bancas de jornal sortidas

Para as padarias portuguesas

do pé do morro

Para as barracas de cachorro quente do centro

Para as barraquinhas

de pé de moleque

Para os botequins que só tem aguardente

E para as lanchonetes que vendem:

Refrigerante,

croassant e chiclete.

Eu escrevo

Eu continuo escrevendo...

Mesmo que ninguém se interesse

Mesmo que ninguém me ouça.

Eu escrevo.

Mathias Moreno
Enviado por Mathias Moreno em 05/10/2008
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T1212313