Metapoema Urbano
Eu escrevo para a sabedoria
de todos aparelhos eletrônicos
mas também escrevo para os pássaros
Para os caças, para os caçadores
para os super sônicos
Para os surdos, para os para-atletas
Para as carroças, para as carrocinhas
para os paralamas
e para as infinitas bicicletas
Eu escrevo para os todos os cachorros
e todos os seres irracionais deste universo
Mas também escrevo para as bancas de jornal sortidas
Para as padarias portuguesas
do pé do morro
Para as barracas de cachorro quente do centro
Para as barraquinhas
de pé de moleque
Para os botequins que só tem aguardente
E para as lanchonetes que vendem:
Refrigerante,
croassant e chiclete.
Eu escrevo
Eu continuo escrevendo...
Mesmo que ninguém se interesse
Mesmo que ninguém me ouça.
Eu escrevo.