Duas em uma


Sou uma só pessoa ?
Ou habita, misteriosamente, em mim
No secreto recôndito da alma
Outra mulher, parecida assim?

Caliente, sorridente e bem amada
Nas minúcias reservas do destino
Encosta-se nos umbrais da entrada
Da bendita e serena felicidade

Não se furta em fugir das sombras
Nas ternas e suaves melodias
Sem cair em cruéis e tristes melodramas
Sobressaindo em rimas reais de alegria

Mata sabiamente sua sede em energia
Saqueia, sua fome, sem nenhum langor
Na extensa, curiosa e atrativa magia
Em oceano azulado de ternura e amor.

Inflamas, totalmente e sem censura
E enleva-se em um denso encontro
Costura prós e contras da clausura
Releva o enlevo de cada salgada onda

Súbita, acaricia aquela mente
Do tal tirano arrebatador de maldições
Desce e sobe em conceitos nobres
Tira máscaras de invioláveis tensões

Encadeia toda natural beleza
Na grandeza de suas emoções
Sem rodeios se mostra inteira
E agradece, em súplicas e orações.
Eny Miranda
Enviado por Eny Miranda em 04/10/2008
Código do texto: T1211886
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