RIO DA FELICIDADE

Moacir S. Papacosta

Pitoresco rio, de pequeno volume d’água

Testemunha de fato que sempre minará saudade,

Em seu leito rochoso parece rolar grande mágoa

Lágrimas sentidas de duas almas correndo atrás da felicidade...

Felicidade que rolou como as águas do riacho

Tropeçou nas pedreiras do pessimismo, caiu e não levantará jamais,

Seguiu contrariada para outros rumos, eu acho...

Levando consigo as nossas maiores riquezas: O amor e a Paz...

Rio da Felicidade... Eu que tantas vezes por você passei

E hoje encostado nos arvoredos de uma vida que nunca vivi,

Ouço os pássaros do egoísmo, gorjearem sons que sempre detestei

Na grande escalada dos meus ideais que se iniciaram aqui...

As verdes matas da alegria... Símbolo da esperança

Em suas margens floridas de raro esplendor,

Cenas que permanecerão em minha lembrança,

Sonhos impossíveis que morrerão no desolado leito da dor...

Pois do que adianta um grão sincero de amor

Lutar contra um vendaval de incompatibilidade?

Deixarei est’almas nas Mãos Sublimes do Criador...

E viverei com a moreninha, filha do sofrimento

Bem distante da triste Barra da Felicidade!