OS MAGOS DA ILUSÃO

Estou andando sobre o mar e acabo de parar sobre o centro de suas águas;

Aqui não há lugar pra pesadelos ou mágoas, e tudo que avisto é infinito;

Respiro o ar de meu arbítrio e descubro que minhas nulidades são várias;

Porque meu coração é acercado de praias que se detém nos arrecifes de seu grito!

Estou trilhando um alto monte e acabo de chegar ao topo do planeta;

Daqui tudo é pequena faceta, e eu vejo que me perco em subjetivismos;

Nesse lugar tudo são sofismos, exceto a pífia maquiagem que nos enfeita;

Noto que o abraço me rejeita, porque talvez o meu desenho não passe de rabiscos!

Estou rasgando as nuvens e acabo de plainar fixamente no teto das alturas;

Tudo lá em baixo não passa de caricaturas, e até os gigantismos são pequenos;

Aqui grandes valores valem bem menos, só a cegueira faz leituras;

A tela vale mais que as molduras, porque o ouro se garimpa nos sentimentos!

As cenas que contemplo são dependentes de meus loucos endereços;

Pois me recuso às alucinações e seus preços, e leio a ótica conspirada;

O que chamam de tudo eu chamo de nada, e suas leis são boas pelo avesso;

Lembrá-los é bom quando os esqueço, porque não passam de miragem fabricada!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 01/10/2008
Reeditado em 01/10/2008
Código do texto: T1205781
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