OS MAGOS DA ILUSÃO
Estou andando sobre o mar e acabo de parar sobre o centro de suas águas;
Aqui não há lugar pra pesadelos ou mágoas, e tudo que avisto é infinito;
Respiro o ar de meu arbítrio e descubro que minhas nulidades são várias;
Porque meu coração é acercado de praias que se detém nos arrecifes de seu grito!
Estou trilhando um alto monte e acabo de chegar ao topo do planeta;
Daqui tudo é pequena faceta, e eu vejo que me perco em subjetivismos;
Nesse lugar tudo são sofismos, exceto a pífia maquiagem que nos enfeita;
Noto que o abraço me rejeita, porque talvez o meu desenho não passe de rabiscos!
Estou rasgando as nuvens e acabo de plainar fixamente no teto das alturas;
Tudo lá em baixo não passa de caricaturas, e até os gigantismos são pequenos;
Aqui grandes valores valem bem menos, só a cegueira faz leituras;
A tela vale mais que as molduras, porque o ouro se garimpa nos sentimentos!
As cenas que contemplo são dependentes de meus loucos endereços;
Pois me recuso às alucinações e seus preços, e leio a ótica conspirada;
O que chamam de tudo eu chamo de nada, e suas leis são boas pelo avesso;
Lembrá-los é bom quando os esqueço, porque não passam de miragem fabricada!