POSSO VER DEUS EM VOCÊ

Quando na terra lancei semente inerte

Cavando no "sem ter" nada entrevi

Busquei comprender o nada com o nada

Sentei-me, pensei, me incomodei, refleti

A semente que apodrece e ainda pergunta

Que fim terei, amigo, tenha pena de mim

Neste breu úmido que até a alma esfria

Porque ao sol não me deixas, é bom para mim

Se não morreres agora doce sementinha

Sob a terra gélida que não aconchega

Se não te fizeres nada, em total entrega

Não verei a vida, não verei Deus em ti