PECADO NA ALMA
Hoje a dor impura da minha alma,
me encontrou...
remorso e tristeza me tomam,
choro pelas coisas que fiz
e que poderia terem sido evitadas,
a solidão é como uma bandeira asteando por socorro,
onde a paz não descansa, nem dorme
intranquila, vou até a janela,
acendo um cigarro, e vejo a fumaça
se contentar com a minha escuridão,
meus pulmões gritam, pela liberdade
sem fôlego, apago-o e volto à minha cama,
vejo que minha alma,
sem tréguas chora e chora,
e estas lágrimas, são frutos do meu erro,
Pecado? tantos já cometi,
mas, hoje, somei o maior de todos
e inconformada, briguei com meu silêncio,
Por que não reagistes? Por que?
Por que não brigastes por mim?
Ah, meu Deus!
se minha alma, por um momento
atravessar o buraco do inferno,
redima-a, pois, sua impureza
foi culpa minha,
culpa da carne, do pensamento malicioso,
do estragado dom de ser infeliz,
não luto, para impedir esta maldição
mas, sei que é maldita, a alma
que me possui,
coitada! tão jovem um dia...
cheirando a menina,
e hoje errante...
herdeira das dores,
dos sons sem amores,
dos cheiros sem odores,
das cores sem cores,
não fui eu, quem me inventou assim,
apenas fizeram de mim o que sou,
mas, se pudesse voltaria à minha infância
e concertaria as bonecas que quebrei as pernas,
as roupas que sujei de todd,
os desenhos de uma familia,
que a professora pediu, e, jamais desenhei,
fui crescendo e absorvendo, apenas a dor,
me desventurei a encontrar o pecado do amor,
O amor peca? pequei...
mas, bem sei, que a culpa
não é de ninguém
nem minha também.