CARTA quase LÍRICA aos HABITANTES no RECANTO DAS LETRAS

Caríssimas poetas, caríssimos poetas,

que poderia eu dizer-vos

para me amostrar, como mereceis,

grato não tanto por me considerardes

(generosos) poeta entre vós poetas,

mas sobretudo por me admitirdes

no vosso, já também meu,

RECANTO DAS LETRAS,

como um irmão mais neste nobre

labor de nos melhorarmos

na cultivação da língua comum,

que nos torna pessoas no mundo.

Não sabeis bem quanto devo

(doce obriga) agradecer-vos

os vossos amáveis comentários...

Quereria que todas... Colocai aqui

o vosso nome e a vossa compreensão

e sobretudo o vosso carinho...

Quereria que todos... Igualmente

postai o vosso nome e tudo

o dissesteis tão assisado, extensão

do vosso sentir...

Quereria citar uma por uma,

um por um, o vosso nome,

mas temo deixar (sem eu o pretender)

a/o poeta mais importante

no baú do esquecimento. Por isso

me dirijo a todos e nominalmente

não digo o vosso nome, enquanto presentes

vos tenho um a um, uma a uma...

Por fim, ouso também agradecer a compreensão

vossa pelo que na Galiza estamos a passar

ou a padecer por culpa do português

que o Reino não nos reconhece como língua

nossa; antes, procura que, deturpada,

assumamos uma mistura ou mixórdia

(que diria o saudoso poeta e professor Guerra da Cal)

argalhada sem sentido e sem filologias,

mas reduzida, cativa, por exigências

de política extremada por um nacionalismo torpe.

Obrigado a todas, obrigado a todos,

assim em prosa cortada, como se fossem

versos do mais alto lirismo: OBRIGADO!!!!