Surtado

A voz que não se apaga

OM que não termina...

Ausência de palavras

Sem saber se ainda escrevo

Ou se prolongo o meu vazio.

Todos sons da natureza

Todos gestos de amor

Todos sentimentos sidos

Todos escritos todos.

A palavra se contrai em letras

Presa entre vírgulas

Gesticula, um acento circunflexo

Mas seu algoz anazalado...tremas.

Aquele tema preferido

Aquele rompante de eufemismo

Exulcerante e extenuante

Extirpado do seu eu.

Sou eu.

Eu te escrevo.

A língua presa em ausência

Face gélida acorrentada

O ar se extingue

Na cerrada boca

Anulidade

INRI- enfim crucificado.

Sou eu, poeta?