Trégua
Ando sozinho por minha cidade a noite
Silêncio não há, seria impossivel, mas sim uma paz momentânea
Uma espécie de trégua concedida pelo caos urbano...
pelas pessoas apressadas, pelos carros barulhentos, pelas ruas imundas.
Meu coração, que vive apertado, agora é do tamanho da avenida em que caminho
Fito rostos cansados e silenciosos de estranhos, no ônibus que circula
Lembro-me... é só uma trégua.
Um respiro... que permitem à poesia moribunda
Eu a sinto, arfando pelas esquinas, gritando no silêncio
Eu a enxergo, invisivel em cada canto, a esmo
Não posso deixar de admitir que a amo
E de pensar que eu seria muito mais feliz...
se pensasse menos.
L>K