Estática

A face desconfigurada

Diante das variações da verdade

O pranto lavando a saudade

De um bem não a nós pertencentes.

Raios de delirios reluzentes,

Sobre um sorriso enfraquecido,

Ausente...

De quem ainda menino tornou-se homem

E de suas frágeis mãos

As fez foice,

Cortando pela raiz a sua infância.

Criança adormecida ainda sonha

Dentro dos vagos momentos do homem:criança.

Imperador de seus castelos de poeira,

Servo de seus exércitos de dor.

A face desconfigurada permanece

Diante das variações da verdade

O pranto ainda lava a saudade

De um bem que não nos pertence.