O ROSTO DA MEDUSA
O ROSTO DA MEDUSA
Há um campo-de-força a aprisionar o fluxo do córrego do seio natal:
Ele soçobra o plasma da alegria do primo do mar,
Fazendo com que suas veias ressequem
E, paulatinamente, o vórtice da misantropia
Incida sobre o chão da órbita de seu jardim de esperanças contínuas,
Anoitecendo-lhe, para sempre, o sol da estação da vida.
Ostento toda a solidez da minha verve
Para engendrar ardis,
Visando suplantar a inexpugnável fortaleza intangível,
E libertar o aquoso diamante hialino de seu cárcere possessivo
A fim de que eu possa contemplar
O luminoso reflorescer do garboso movimento
Em toda majestosa magnanimidade do seu viço.
No entanto, o campo-de-força me derrota,
Golpeando-me com jabs de silêncio
E diretos da inércia impiedosa.
Sob o olhar da medusa sem forma,
Entrego-me ás malhas da rede do sofrimento,
Esperando o ocaso de minha clânica era,
Deitado no amplo lombo fleumático
Do unicórnio do inefável oceano de mágicos vocábulos:
Para mim, nunca decréptos!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA