MEU JEITO DE SER

Sei o quanto me olhas e nada ver

Isto porque não consegue me entender

Sou diferente: meio bicho meio gente...

Estranho esse meu jeito louco de ser.

Sou rica de carências e tenho muita fome

Preciso viver, respirar e me abastecer...

Mas não engulo verdades prontas feito pão

Meu cérebro carece digerir, triturar, moer.

Se por acaso as engulo a seco, rumino

Feito animal bruto, cru, ruminante...

Depois de remoídas as devolvo ao mundo

Jogadas bem do alto de um mirante.

Para aplainarem aos quatro ventos gritantes

E alguns olhos cegos abrirem e fazer enxergar

Fagulhas de vida a olhos nus e próprios...

Mostrando-lhes a possibilidade de sonhar.

Ah, como desejo ser compreendida por alguém

Mas sei isso ser coisa definitivamente incerta...

Sigo os trilhos do meu caminho sempre só

Talvez por ter em mim um eu desvairado de poeta.

Amo quando pareço odiar e me dou ao me negar

Sinto ao aparentar frieza e choro por trás do riso

Esse é meu jeito estúpido de ser e tentar viver

É assim que sei amar você, meu céu e paraíso.

Fátima Feitosa
Enviado por Fátima Feitosa em 22/08/2008
Código do texto: T1140160
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