PAIXÃO INGRATA

Quem me emprestou o corpo, não me pode cobrar o preço da alma;

Pressão externa não vence a calma, principalmente de uma tranqüila consciência;

É uma questão de inteligência, pois quem se condena também se salva;

E não precisa virar trauma, o que foi fruto de uma voluntária experiência!

Se não autorizei nenhum assédio, nem protagonizei qualquer ataque;

Que não se demarque num território já anteriormente possuído;

Pois fui até aonde poderia ter ido, joguei com a habilidade de um craque;

Sem ninguém que me marque, pra não trair o meu próprio juízo!

Lamento se a razão não foi tão forte a ponto de manteres a promessa;

Só vou pedir que não me impeças de ser leal ao que já tinha garantido;

O prazer só é perdido, quando a imprudente infantilidade se apressa;

Que sua capacidade se meça, antes de um acordo definido!

Mulheres que choram em vão, às vezes são fábricas de seu próprio mal;

Exigem um vendaval, onde o vento sequer foi requisitado;

Ninguém sai machucado, quando se aceita o destino que lhe for proporcional;

Pois adoça a própria boca com sal, quem se apaixona por um homem casado!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 15/08/2008
Código do texto: T1129155
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