Inessencial
sinto um clarão
que me cega
à luz
da vida opaca
que procuro não levar
quero distância de mim
hoje
quero-me apenas
longe
no interstício daquilo que se foi
ou está para nascer
lucidez insana
a embalar-me
no vácuo das idéias
quero um papel repleto de versos
feios
estranhos
que incomodem a cegueira de quem vê...
um espelho distante do abismo
eu não vejo
tampouco sei
se vale a pena
continuar
em poética desvairada
inútil
estranho ritual
Inessencialidades me constituem
como existente inviável.