A DITADURA DA POSSE
Corpo sem alma é amor sem posse;
Por mais que o bom senso se esforce, nenhum ciúme é derradeiro;
A compostura tem seu paradeiro, mas a fúria se contorce;
Uma fingida tosse pra disfarçar as chamas desse pesadelo!
Uma palavra que a outro se dirige, aquele fato tido exclusivo;
É a invasão do paraíso pelos tormentos do inferno;
É falso verão disfarçando o inverno, é a força amarelada de um sorriso;
Dilacera todo juízo, minuto enlouquecido que parece eterno!
É bem verdade que nascemos humanos, mas somos animais notórios;
Os vícios sob velórios, só precisam de uma chance pra renascer;
Falamos de maturidade a crescer, mas como crianças sempre marcamos territórios;
E nadamos em ódios quando algo invade tudo aquilo que julgamos ter!
Essa ditadura tem seu nome e gosta de morar na mesma casa do amor;
Possuí-la é ingerir imensa dor, porque nenhuma ética lhe concede indulgência;
É escondida doença, que engolimos em meio às lavas de seu ardor;
Quem disse que não provou, mente ao mundo e para a própria consciência!!