A DITADURA DA POSSE

Corpo sem alma é amor sem posse;

Por mais que o bom senso se esforce, nenhum ciúme é derradeiro;

A compostura tem seu paradeiro, mas a fúria se contorce;

Uma fingida tosse pra disfarçar as chamas desse pesadelo!

Uma palavra que a outro se dirige, aquele fato tido exclusivo;

É a invasão do paraíso pelos tormentos do inferno;

É falso verão disfarçando o inverno, é a força amarelada de um sorriso;

Dilacera todo juízo, minuto enlouquecido que parece eterno!

É bem verdade que nascemos humanos, mas somos animais notórios;

Os vícios sob velórios, só precisam de uma chance pra renascer;

Falamos de maturidade a crescer, mas como crianças sempre marcamos territórios;

E nadamos em ódios quando algo invade tudo aquilo que julgamos ter!

Essa ditadura tem seu nome e gosta de morar na mesma casa do amor;

Possuí-la é ingerir imensa dor, porque nenhuma ética lhe concede indulgência;

É escondida doença, que engolimos em meio às lavas de seu ardor;

Quem disse que não provou, mente ao mundo e para a própria consciência!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 07/08/2008
Código do texto: T1117040
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.