Assim sou eu
Meus eus não me pertencem,
mas aqueles que ao lidar comigo
me olham e assim de mim se convencem
rotulam o que se lhes chega assim,
posto que aqui dentro é, e me tomam por mim.
Hora são eus de encanto ou contentamento,
Hora de lamúria, dúvidas e sofrimento,
Eus que pedem licença e se contrapõem aos eus que avançam,
Eus que editam a vida e eus que esperam e cansam,
Eus que temem passar e outros que se lançam.
Muitos são os eus que ficam a vagar incompreendidos,
A carecer de coragem ante o enfrentamento
e a desvendar os limites de lugares perdidos.
Sou eu e tantos eus a conviver sem censura
Eus que não ousaria a expor posto que roubam
Da inocência a capa e do pudor a ternura
Quem sou realmente nem sei, importa?
Apenas penso que o melhor de meu ser
É o eu inspirado
no amor despertado, pelo teu querer.
Anadijk
Houten, 24/julho/2008