LIÇÕES DA VIDA
Quando eu era menino, me ensinaram a exatidão da matemática;
Mas a vida foi enfática, ao me dizer que até a lógica pode se contradizer;
Aprendi que mesmo o discurso eterno tem seu fenecer, toda empatia tem sua face antipática;
Que a sofística também pode ser socrática, que mesmo em vida pode-se estar no morrer!
A ida e a volta dependem somente de um referencial;
O chuvisco no mar, no deserto é temporal, e a intransigência chama a razão de loucura;
A palavra dura às vezes faz brotar uma reação angelical;
Tanto o bem quanto o mal, podem coexistir numa mesma criatura!
Com a vida, eu aprendi que a beleza e a feiúra são irmãs gêmeas;
Teoricamente são efêmeras, mas na verdade elas jamais existiram;
São mitos conspirados que surgiram, são tragédias sob cômicas cenas;
Feios e belos são apenas o que seus egos lhes permitiram!
Eu vejo uma sacra profanação no ar, vejo consentimentos ocultos num não;
E a meiga feição, a esconder seu próprio monstro adormecido;
Gente criança de pensar crescido, adultos cujo juízo não saiu do embrião;
Até rico que não vale um tostão, até analfabeto que lê livro!
Viver é escolher como assento, o desconfortável centro da gangorra;
Antes que morra, todo homem tem a obrigação de compreender sua missão;
Pois todo extremismo é ato vão, coragem às vezes é ficar e às vezes que se corra;
Pois antes que a água escorra, o mais importante é limpar a própria mão!!