LIÇÕES DA VIDA

Quando eu era menino, me ensinaram a exatidão da matemática;

Mas a vida foi enfática, ao me dizer que até a lógica pode se contradizer;

Aprendi que mesmo o discurso eterno tem seu fenecer, toda empatia tem sua face antipática;

Que a sofística também pode ser socrática, que mesmo em vida pode-se estar no morrer!

A ida e a volta dependem somente de um referencial;

O chuvisco no mar, no deserto é temporal, e a intransigência chama a razão de loucura;

A palavra dura às vezes faz brotar uma reação angelical;

Tanto o bem quanto o mal, podem coexistir numa mesma criatura!

Com a vida, eu aprendi que a beleza e a feiúra são irmãs gêmeas;

Teoricamente são efêmeras, mas na verdade elas jamais existiram;

São mitos conspirados que surgiram, são tragédias sob cômicas cenas;

Feios e belos são apenas o que seus egos lhes permitiram!

Eu vejo uma sacra profanação no ar, vejo consentimentos ocultos num não;

E a meiga feição, a esconder seu próprio monstro adormecido;

Gente criança de pensar crescido, adultos cujo juízo não saiu do embrião;

Até rico que não vale um tostão, até analfabeto que lê livro!

Viver é escolher como assento, o desconfortável centro da gangorra;

Antes que morra, todo homem tem a obrigação de compreender sua missão;

Pois todo extremismo é ato vão, coragem às vezes é ficar e às vezes que se corra;

Pois antes que a água escorra, o mais importante é limpar a própria mão!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 23/07/2008
Código do texto: T1093434
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