POESIA-BORBOLETA

Borboleta irrequieta e fugidia

No jardim do lume escrito

Como se ao sol da criança-dia

Num vai-e-vem infinito

Eis que reluz a poesia

No compasso de um rito

O poeta-aprendiz fica à revelia

Do existir e estar no cogito

A rede da angústia escorregadia

Salta como se fosse um grito

À cata da borboleta-guia

Nas florações do espírito.