O Limiar
Há dias que são intermináveis noites
Onde a dor acaba sempre muito tarde
(algumas vezes nunca acaba).
Há vestígios que não se podem ver.
Um lugar onde a luz não tem como alcançar.
Já é tarde quando se chega ao limiar.
E um grito de dor adquire formas...
Não se volta, não há mais uma porta.
Estão trancadas qualquer que sejam a saída.
Nem sombras escapam.
Nem um sonho permanece.
Tudo se torna fumaça negra e medonha.
“Tenha medo... Tenha sempre muito medo”.
Há dias que são intermináveis noites
É como uma vida maldita
Cheia de pregos
Cheia de agonia.
Há dias que são intermináveis.
Há dias que são um grito sem fim.