O Limiar

Há dias que são intermináveis noites

Onde a dor acaba sempre muito tarde

(algumas vezes nunca acaba).

Há vestígios que não se podem ver.

Um lugar onde a luz não tem como alcançar.

Já é tarde quando se chega ao limiar.

E um grito de dor adquire formas...

Não se volta, não há mais uma porta.

Estão trancadas qualquer que sejam a saída.

Nem sombras escapam.

Nem um sonho permanece.

Tudo se torna fumaça negra e medonha.

“Tenha medo... Tenha sempre muito medo”.

Há dias que são intermináveis noites

É como uma vida maldita

Cheia de pregos

Cheia de agonia.

Há dias que são intermináveis.

Há dias que são um grito sem fim.

Jaguar SS
Enviado por Jaguar SS em 14/07/2008
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