AMOR QUE MORRE

Sabe aquele céu que a gente viu mas logo desapareceu?

É céu que nem nasceu e o imaginário produziu;

Você já viu aquela pétala que o vento nunca conheceu?

Disse-me o íntimo meu: é de uma flor que jamais existiu!

Sabe aquela fonte que em pleno deserto o peregrino avista?

Por mais que sua sede insista, dela ele nunca beberá;

Sabe aquele mar, que o sonhador tanto afirma que exista?

De sua realidade sempre dista, ele o contempla apenas no sonhar!

Sabe aquele vulto que aparentava claramente ser alguém?

Logo percebemos ser ninguém quando aprimoramos o olhar;

Aquela voz a nos falar, à qual atribuÍmos sua origem no aquém;

Vai tal como vem, posto que é fruto de um fértil imaginar!

Sabe aquele amor que um belo foi eterno?

Que agora está chorando, mas tantas vezes já sorriu?

Dizem que no céu surgiu, mas preferiu migrar para o inferno;

Mas ele não é verão e nem inverno, pois amor que morre é amor que nunca existiu!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/07/2008
Reeditado em 07/10/2008
Código do texto: T1079390
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