Razão Íntima

Como posso fazer algo,

Ao mesmo tempo tão,

- diga-se - estranho,

(para mim),

Mas mesmo que certo,

Extremamente,

E estranhamente?

Como eu,

Humilde servo das letras

E de sua organização,

Posso sequer imaginar

A seqüência

Pela qual formo tais palavras,

Certas estranhamente,

E também estranhas?

E como que de tal forma

Também as consagro

De minha expressão mais absoluta,

E profunda

Etérea ou terrena,

De modo tal que minha boca

Simplesmente ignora?

Simplesmente porque sou assim.

Felizmente (ou talvez não)

Porque sou assim.

Pedro Batalha
Enviado por Pedro Batalha em 04/02/2006
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